Projeto de lei foi aprovado em março e apresenta algumas das legislações anti-LGBTQ+ mais duras do mundo. Presidente apoia texto, mas quer mais propostas sobre ‘reabilitação homossexual’. O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, fala durante as comemorações do 60º aniversário da independência, em Kololo, Uganda, domingo, 9 de outubro de 2022.
AP Photo/Hajarah Nalwadda
Nesta quinta-feira (20), o presidente Yoweri Museveni, de Uganda, se recusou a sancionar um novo projeto de lei que pune a homossexualidade com a pena de morte em alguns casos. O líder, que apoia algumas das legislações anti-LGBTQ+ mais duras do mundo, solicitou ao parlamento alterações no texto da proposta para “fortalecê-la”.
Uma versão inicial do projeto de lei foi aprovada pelos parlamentares em março. No entanto, após uma reunião com integrantes de seu partido, Museveni resolveu devolver o projeto de lei à Assembleia Nacional “com propostas para sua melhoria”.
“[Museveni] disse aos membros que não tinha objeções às punições [propostas pelo projeto], mas à questão da reabilitação das pessoas que no passado se envolveram na homossexualidade [e] gostariam de viver uma vida normal novamente”, disse Sandor Walusimbi, porta-voz do governo, no Twitter. “Foi acordado que o projeto de lei voltará ao parlamento para que as questões de reabilitação sejam analisadas antes que ele possa sancioná-lo.”
Projeto de lei
O projeto de lei foi apresentado por um legislador da oposição com objetivo de punir “a promoção, o recrutamento e o financiamento” de atividades LGBTQ+ em Uganda. Na votação parlamentar, apenas dois dos 389 legisladores presentes na sessão se opuseram à proposta.
O texto prevê prisão perpétua para “homossexualidade” e pena de morte para “homossexualidade agravada”, que é definida como casos de relações sexuais envolvendo pessoas infectadas pelo HIV, bem como menores e outras categorias de pessoas vulneráveis.
Um suspeito condenado por “tentativa de homossexualidade agravada” pode ser preso por 14 anos e o delito de “tentativa de homossexualidade” é punível com até 10 anos. Além disso, defensores ou apoiadores dos direitos LGBTQ+ podem ser presos por até 20 anos.
Embora receba o apoio de grande parcela da população, a provação do do projeto de lei no mês passado desencadeou diversos projetos em todo território ugandense.
A Anistia Internacional pediu a Museveni para vetar o que a organização descreveu como um projeto de lei “draconiano e excessivamente amplo”.
“A aprovação deste projeto de lei terrível é um momento de partir o coração para a comunidade LGBTI e seus entes queridos em Uganda”, disse Agnes Callamard, líder do grupo, em comunicado. “Ninguém jamais deve ser criminalizado por sua orientação sexual ou identidade de gênero.”
Presidente de Uganda envia projeto de lei anti-LGBTQ de volta ao parlamento para ‘fortalecer’ proposta
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