María Corina Machado criticou a solicitação do Ministério Público em uma rede social, nesta segunda-feira (2). González foi candidato nas eleições presidenciais de julho. María Corina Machado e Edmundo González, durante coletiva de imprensa em 29 de julho de 2024
AP Foto/Cristian Hernández
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, criticou o pedido de prisão contra Edmundo González protocolado pelo Ministério Público do país. Em uma publicação em uma rede social nesta segunda-feira (2), a opositora afirmou que as autoridades “perderam toda a noção da realidade”.
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A Procuradoria-Geral da Venezuela afirmou que solicitou à Justiça um mandado de prisão contra González por crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais e sabotagem de sistemas.
Segundo Corina Machado, afirmou que a oposição continuará com coragem e firmeza mesmo após o pedido de prisão de González.
“Eles perderam toda a noção da realidade. Ao ameaçar o Presidente Eleito apenas conseguem nos unir mais e aumentar o apoio dos venezuelanos e do mundo a Edmundo González”, afirmou Corina Machado.
González foi candidato na eleição presidencial de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) afirmou que ele ficou em segundo lugar, sendo derrotado por Nicolás Maduro. Entretando, a oposição garante que González venceu por ampla vantagem, com base em dados das atas impressas pelas urnas.
Pedido de prisão
Segundo o MP, o pedido de prisão foi apresentado após González ignorar três intimações para prestar depoimento. O órgão é aliado do presidente Nicolás Maduro e controlado por chavistas. Até a última atualização desta reportagem, a Justiça não havia se manifestado.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, chegou a afirmar que o depoimento de González seria sobre a publicação de atas impressas das urnas eleitorais em um site.
O opositor já havia sido advertido pelo Ministério Público sobre a possibilidade de um mandado de prisão contra ele caso não comparecesse ao depoimento.
Com o temor de prisão, González faltou às convocações do MP, assim como o fez quando o Tribunal Supremo de Justiça convocou todos os candidatos da eleição para assinarem um documento reconhecendo o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O CNE deu a vitória a Maduro sem apresentar as atas eleitorais. Tanto a Suprema Corte quanto o Conselho Eleitoral são alinhados ao governo Maduro.
O presidente Nicolás Maduro ameaça González e Corina Machado de prisão desde a eleição, dizendo que os opositores “têm que estar atrás das grades”. A última foi quanto ele usou uma analogia com “ganchos” ao candidato opositor ao discursar durante evento na quarta-feira (28):
“O que aconteceria se o citam e não vai na primeira vez? O que acontece se não for na segunda? E na terceira? Gancho. O juiz está obrigado a aplicar a lei. Um cidadão que respeite a democracia, a República, a Constituição e as leis jamais pode se recusar a uma convocação judicial”, disse.
A comunidade internacional vem denunciando repressão contra opositores na Venezuela, além de afirmar que houve falta de transparência nas eleições presidenciais.
‘Perderam a noção da realidade’, diz líder da oposição após pedido de prisão contra Edmundo González
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